curiosidade, ventania

depois de me desnudar perante a você, eu vou mergulhar. estranhas criaturas progridem nesse silêncio que não é nosso, é do ambiente. surpresa penetra em mim assim fazendo bolhas, como abelhas fariam a quem lhes é mais carinhoso. eu vou esperar, eu vou supreender, me dividir em dois e então começa.

cartaz em punho, menina na camiseta, argolas lá no alto. pular. contar um mais dois mais três e concluir que para nada servia nada daquilo desde o princípio, mas me fez criar musgos tão bonitos. são musgos, poças, crianças de todo tipo, criaturas celestes, discos voadores ao contrário e toda sorte de mensagens para o mundo. mas não dessas enlatadas costuradas em garrafas pet – que foi a renovação do milênio. não. gostaria é de contar bobagens, meninas de umas mil cervejas, assim assim.

meus céus caíram aos bocados, mas foi para todo o bem destes meus coelhos. surpreenderiam a quem quer que fosse, bastava pedir uma bolha, mas ninguém pede nada e eu não vou morrer esperando. a solução é ficar nu, em qualquer lugar, e pegar o instrumento mais próximo que lhe apeteça. ninguém vai contestar, discordar, te fazer parar, nada. vão gritar com estrelas enquanto você voa em girassóis. cada vez mais celestes, cada vez mais belos.

sobrariam alguns. perdidos em partes anônimas da terra, curiosíssimos infames, carregam nuvens. são especializados em aguardar e também em guardar objetos, incontestes, sem nunca saberem os porquês das coisas. consomem coisas como as de todo mundo, mas não são criaturas ordinárias. suas coleções são de tapetes e contas. não têm animais. sobretudo sabem ouvir, e é isso o que os eleva – até certa idade. depois disso serão inconsequentes, e pessoa alguma os fará parar. um dia as crianças vão para o mundo, ou elas finalmente o compreendem e desistem de prestar a atenção.

dois mais um são três.

sem raciocínio lógico algum, que não serve pr’esse mundo. meninas virgens ainda acreditam em mitos, eu não.