Categoria: ruído
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ras go na parede / ras par o chão
há o viver espalhado nos cantos. composto de ataduras e nozes, que se emaranham em galhos, pois dedos; abraços. compor o que se expôs de vez. não tem mais volta. artemanhas, manhaduras, sobremanhãs sem hora e sem sossego, semdormir: aqui chove, enfim. antebraços, solfejos, cachoeiradura, caminho de horta. cidade gigante, sem vez. ano de finais…
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fortalezas
escrever sobre um não-dito. escrever sobre um partido. escrever sobre uma cara lavada, encontrada no meio da multidão tentando ir pra casa. descobrir no meio da estória que a personagem não tinha modos, não tinha um facão, para cortar todo o mato em volta que leva à passagem do caminho. o cantinho no meio do…
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saída
pensa-se que há audível, porém, ruído não há encontro botas largadas na sarjeta vestes difusas, andarilhos jacintos galhos a colecionar bocejos lentidão não encontro encostas e esfaleço montanhas são todos engasgos atalhos, firula meus olhos investem em corticóides e essas velharias que não fazem sentido algum remédios enganos farmacodominalescos e arbustos artificiais construídos por indústrias…
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asfalto dança, revolvido e celeste
do que seremos capazes. quando estivermos em residência. quando estivermos juntos. quando soubermos desatar os laços e não nos deixar contaminar pelas ruas. pelo ruído que envolve. encruzilhadas de encontros e um tanto de terra descascada, casa — muitos moraram aqui. nós estamos. um curto período de tempo, esses dias: vejo transição. pra mim transição,…
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caverna
um gosto que recolhe vozes e conta suturas. magias capitais de um sem número de eventos perdidos delírios, tantos mais. tantos mais solfejos abertos, gorgeios espertos, apertos de mesa de bar. conversa fugaz, sonho sem razão. turva. não tem sentido mas há encontro. não chega a encostar. sonhos abertos. fronteira de intelecto; separação. é sintomático…
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azulejo, bichinho inerte
contar uma anedota a cada noite, tal como fazem as redes que sugam nossos sentidos. uma ideia, um abracinho, murmúrio de ideia ainda se formando, e então busca, e então vício, acorda, abre, lê o que está ali no fluxo, e logo se anodina, cataploft, cadê, cabia, caberia. agora então só discursos inteligíveis, fáceis, diretos…
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re-floresta #1: apartamento
recuperar as folhinhas. sacrificar o pranto, veneno, que turvou tantas tardes esses tempos. o manjericão morreu aqui em casa. signo de abandono, de sol, de infestação de bichos. muitos incompreensíveis, mas dentre eles há abelhas, só hoje foram quatro a visitar a cozinha. e olha que recém-limpa. fascinaram-se pelo mel. há muito compreendi que mel…
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corpóreos