ras go na parede / ras par o chão

há o viver espalhado nos cantos.

composto de ataduras e nozes, que se emaranham em galhos, pois dedos; abraços.

compor o que se expôs de vez. não tem mais volta. artemanhas, manhaduras, sobremanhãs sem hora e sem sossego, semdormir: aqui chove, enfim.

antebraços, solfejos, cachoeiradura, caminho de horta. cidade gigante, sem vez. ano de finais brutos, de sobredomínios, de sobrevivências. de ambivalências vorazes demais sem rir. sem tempo para demoras. sem ávida lucidez. unsamigos.

sem brutaforça e brutaflor feliz. sem sonhos. sem costumária luz que sustenta, respiros. no lugar disso, um abajour quebrado. cobranças.

a festa foi linda!, foi, aqui se paga. é o comum enviesado. aqui se inventa modos. aqui se fabrica lucidez comprada em uma gourmet shop empacotada em papel reciclado. aqui se cobra caro.

as flores, atrasam. as brigas chegam. cabem inglórias, por entre as frestas das plantas já sofridas, quase mortas. haverão de sobreviver. talvez tenham que pegar a estrada dali. comer poeira um tanto.

as cores resvalam. parecem empobrecer.

o ponto brota em porosidade infértil. agruras. refaz uns caminhos e traz de volta as mais tretas lembranças. soslaio.

carece de literatura. para tecer pontos sem ar; aqui chove, agora.

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o solo começa a gerar, úmido.