enfrentar o atropelo que é o verão o sol alto a temperatura alta o som ensurdecedor a latência pedindo abrigo o trabalho dizendo vem, me chama, procura, abraça, mostra teu charme y a que vem nesse mundão… ah, janeiro, ah, rio de janeiro, ah botafogo dos barulhos grosseiros y da convivência quase muda, séria, e ontem rimos, olha só, nós rimos, eu preciso rir mais pra viver
do jeito que vivo parece que o tempo nunca abriga nada porque não há silêncio e tudo é quente demais. também porque estive tanto na rua que não consegui viajar. lá estaria mais fresco, mais seco também. ver os amigos, dançar, encontrar o momentum, a hora propícia para restaurar, reiniciar, deslanchar, acolher
encontrei mil corpos, me entrelacei, dormi de conchinha duas vezes, ah, janeiro. me traz de volta o encontro, a relação, o mimo fofinho gatinho chamego chão, chamego música, cozinhar y curtir galerinha que compartilha, colhe planta no quintal… eu gosto desse zelo, eu não venho da cidade, não brotei em apartamento, eu sou do chão, e do mar
lá naquela terra que é via de encontro eu vejo um céu gigante, uma orla antiga, quase de outro canto, a sensação é um misto de infância com juventude com antepassados, outro estado, viagem, estado de viagem que é logo ali, depois da ponte, vira a esquina, está em 1990 e 2007, 3000 era tu comigo
invenção cinema, mundo aberto, efeitos especiais que nunca vi, antes não tenho me dedicado, é verde é rosa brilha e rodopia, me faz rir e querer dançar. galerinha boa, pergunto se