Categoria: respiro

  • onde está (ii)

    antes de seguir viagem eu joguei todos meus mapas fora. era uma coleção de mapas analógica uma pasta se fazia de abrigo estático de tantas cidades movimentadas e alguns vilarejos em mapas caseiros rabiscados (que eu amo) mapas de papel como aqueles que se empunhamos na rua no brasil nos acusam “turista!” e pensam que…

  • rito

    chuva em imperatriz, nevoeiro em bagé não estamos não estamos lá a cidade se soprepõe tanto ao longo dos anos, das fases e das horas do dia que estou sempre levantando escombros escombros doem as costas caem escapo, não sem alvoroço estratégia é também ruído, ainda que estou doente de ar falta de atribuições fluidas…

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    eu estou aqui fazendo essa tarefa difícil. ela, em sentido maior, nada tem a ver com você. mas, se alguma vez na vida você tem como ajudar uma pessoa, faça. sei lá, me parece uma práxis digna. se não tem um custo assim tão grande. algumas pessoas a praticam. eu procuro praticar. outros têm praticado,…

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    itacoá, um caminho afago no sol de vinte e seis de dezembro

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    nadando contracorrente, tranquila, de costas; o fogo aceso; os amigos presentes; a comida farta; o céu estrelado; os livros e projetos em prumo; as estórias; os jogos; as cores; as crianças; o tecido de pendurar; as danças, a rede, sambasadashiva; passado, presente, futuro; björk; os mapas; os tempos porvir; os vínculos alegres; o cultivo; a…

  • ca

          o canário se aproxima não é hora de se subjugar tecer constelagens de pequenas falsas mordagens firula, que nem algoz diria que não diriam que não tantas coisas furtivas vozes que se refraseiam e parafraseiam cristais pardais sem nome pássaros migrantes sem lugar sem hora capaz foste uma vez mudar de capa,…

  • vão

    cabe quase nada nesse tampo fechado. ainda assim procuramos adornar com flores, colocar uma nuvenzinha entre as vestes e sair a foliar. os panos são tão grandes que quase arrastam no chão. juntam gelo, afagos, música de reco-recos e essas gentes que andam pulando pelas ruas. colhem chão, bebem cores e dão altos pulos que…

  • trajeto

    às vezes eu tenho a estranha vontade de dormir num ônibus não que seja confortável não que não haja ruído é o simples gesto de estar em movimento ir de um lugar ao outro como se com isso – transpondo cidades – algo pudesse transmutar constelação vista pela estrada ruído de máquinas, parada assunto de…

  • de mão / corpo / água

    pensar meu nome escrito em ar condicionado terno emplumado, enxuto, asseado sapatos de verniz ou botas paetês (a um pertencimento) azul verde prateado mata úmida bem chegada és tu mais uma vez sem porquê de corpo devaneado mal inventado a saber se           encontra              …