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o canário se aproxima
não é hora de se subjugar
tecer constelagens de pequenas falsas mordagens
firula, que nem algoz
diria que não
diriam que não tantas coisas
furtivas vozes que se refraseiam
e parafraseiam cristais
pardais sem nome
pássaros migrantes sem lugar sem hora
capaz
foste uma vez mudar
de capa, de penas, de anzóis
e casacos de chuva, para
dias secos que se seguem sem vez
aridez de tantos cantos
de danças que revigoram
caminhos
abraçam amigos fazem chorar
cantam vestígios de toda hora
prontidão
rastros cantos quebrados asfaltos
mortes pelas vertigens dos estados ali
amigos, de novo, presenciam
alguns
solfejos dos sem caminho
das fugas premeditadas
daqueles que guardam dinheiro há dois ou três anos
providências
barcos, tenho pensado em barcos
mais que aviões
que afundam, barcos, asas, pássaros
e modos de transporte menos lembrados
ainda que catracas, consulados, gente que irá te julgar
em tempos em que violam países
sempre violados, a história diz
tão frequentes as violações
que se pensar nisso não move uma pena
uma linha sequer
e tantas linhas se tecerão
pelos encontros as danças
nunca parar de dançar
nunca pestanejar, ainda que
inversões caminhos entremeâncias ainda sonhos
ainda diversos lugares viajo entrementes
danças, volto, rememoro, faço espiralar
nunca deixar de dançar nem os encontros
lá, a teoria, as ideias tão antepassadas
e que no entanto retornam
perduram, te atiçam em voz e são os universos que colidem
os tanto mais a incentivar
lance curioso
atrito produtivo
vontade
vaz