Category: respiro

  • concluí que não sonhei com você, eu sonhei com a saudade. eu me despedia de uma casa vazia à beira do mar

  • que tenha corpo – e saiba se abrir sem medos de feridas. há tanto! no meio emaranhado vir sua linda. buh!

  • diversas formas de respirar

    o nó da saliva no canto da boca o gosto do resto na bexiga o canto ouvido aos pés e encanto brisa sabe o que eu queria mesmo era comer você você sabe, saberia, sempre poderia saber mas sempre acaso sempre esgote o bocado o entusiasmo mesmo que tanto toca a ferida o quero bem…

  • ‘transformação do silêncio em linguagem e ação’

    amar sem ser em silêncio. preciso cutucar os silêncios antes que virem pedra, e nos afundem mais fundo. eu, aquilo que me compõe, e eu componho com o verbo. com a garganta. é fundo. releio meus escritos antigos e vejo como eu escrevia tanto. ao longo dos anos, venho me silenciando. a insurreição reflectiva –…

  • te vi por aí

    a gente tem que colar nossos tremores e nossos temores no tempo antes que sejam vãos (nunca serão) antes que acabem em qualquer esquina embriagados abandonados ao relento antes que encontremos uma desculpa estapafúrdia pra não se encontrar de novo as pessoas estão sozinhas nas ruas mas também estão juntas me pergunto se há vida…

  • pegar com o dedo aquilo que desanima. é uma coisa, palpável, que oscila entre o estômago e o pescoço. beira a garganta, raramente sai a público. uma emoção convulsiva, evasiva, inerte: presta pra nada, essa torrência. desanimar o desânimo. chegamos nesse ponto. nunca estivemos em outro lugar.

  • as palavras não dão conta de surrupiar os novelosficam assim: pasmas e de tantos espasmos, começam a se mover de mansinhopor entre encostas, espaços abertos esquecidos pelo tempodas multidões não mais seremos, até que não haverá verbo para cessar os fogosse não aquele gesto mínimo, da facedos mais próximos

  •   domesticidade selvagem pernas fôlego     talvez o desafio seja tecer uma continuidade   (abrupto) (abrupto)

  • rito

    chuva em imperatriz, nevoeiro em bagé não estamos não estamos lá a cidade se soprepõe tanto ao longo dos anos, das fases e das horas do dia que estou sempre levantando escombros escombros doem as costas caem escapo, não sem alvoroço estratégia é também ruído, ainda que estou doente de ar falta de atribuições fluidas…