Tag: verso

  • trajeto

    às vezes eu tenho a estranha vontade de dormir num ônibus não que seja confortável não que não haja ruído é o simples gesto de estar em movimento ir de um lugar ao outro como se com isso – transpondo cidades – algo pudesse transmutar constelação vista pela estrada ruído de máquinas, parada assunto de…

  • de mão / corpo / água

    pensar meu nome escrito em ar condicionado terno emplumado, enxuto, asseado sapatos de verniz ou botas paetês (a um pertencimento) azul verde prateado mata úmida bem chegada és tu mais uma vez sem porquê de corpo devaneado mal inventado a saber se           encontra              …

  • cambridge analytica

    quem levanta os montes depois de mortos? quem ergue o eixo que faz respirar? quem derrama suas fezes sobre um povo, corrói seus novelos e ergue um punho sobre nós está ali às cegas tateando infinitos em praça pública mil sóis em utopias e amores esmagados, sem dó DIANTE DO ESCÂNDALO há os galhos que…

  • situ

    o corpo renova o gesto absorve somente entra o que brota entre as vestes abismos mais não agora, chão coisalinda absorto, pois em toda sorte de assuntos novos, de la casita de la vida nova que se instaura cá comigo das idas à universidade às atividades de escriba viagens celestes transformam manhãs com e sem…

  • a (campo de ação)

    quando cessam os estudos festivos começa a memória e a invenção astuta perscruta pela ciência a anticiência os jardins e as matas densas antígona imaginária tênue em museus de dinossauros e fósseis plantas, arbóreos, gramíneas e monumentais sábias matizes que abrem um tanto mais em ações afirmativas outros chãos às memórias de que eles bebem…

  • versaletes 12

    onde estão os relógios que congelam trajetórias para que se possa criar um morcego debaixo da escada uma escarlatina que não tem fim e volver pois sobretudo amamos focas e podemos fazer refeições abraçadas em sóis complexidades, a pessoa diz posto que tudo perde o gênero a partir de agora e as tentações caminhos se…

  • Δ

          this version is solid steel and blood dia noturno sonho difuso plasmo: um andar covinho conspícuo bravo indeciso indiz: habitável abstrataberta crê: quem sabe uma só uma vez quem sabe mais três vezes vingou não se pode expurgar a linguagem fazer de sonsa e insana deixar habitar o mais verme sagaz dentro…

  • ras go na parede / ras par o chão

    há o viver espalhado nos cantos. composto de ataduras e nozes, que se emaranham em galhos, pois dedos; abraços. compor o que se expôs de vez. não tem mais volta. artemanhas, manhaduras, sobremanhãs sem hora e sem sossego, semdormir: aqui chove, enfim. antebraços, solfejos, cachoeiradura, caminho de horta. cidade gigante, sem vez. ano de finais…

  • água

    a insistência no exílio como matéria infértil (não se exila no concreto; somente nas montanhas ou à beira do mar) porosidade