Categoria: corro
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dirigir
eu respiro embaixo d’água faço casulo comigo desconheço onde habito me faço em rasgo rompante de primavera a refazer articulações quadradas, desmemoradas creque, creque, fazem as pernas o torso, o pescoço tem caroços tremoço, tremeliques da sampaula envergada as memórias tantas passearam por aqui nos sonhos vagos da membrana cápsula que não se conecta flutua,…
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onde está (ii)
antes de seguir viagem eu joguei todos meus mapas fora. era uma coleção de mapas analógica uma pasta se fazia de abrigo estático de tantas cidades movimentadas e alguns vilarejos em mapas caseiros rabiscados (que eu amo) mapas de papel como aqueles que se empunhamos na rua no brasil nos acusam “turista!” e pensam que…
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onde está
quem iria dizer que o invólucro iria se rasgar espalhando pela rua (mais uma vez) parece que os rastros foram todos coletados (ao menos isso) que sirvam a alguéns as ruínas e também os amados objetos costuras rabiscos revistas livros colchão esteira estante gavetas tudo isso na rua num alvoroço que fez quebrar o filtro…
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rito
chuva em imperatriz, nevoeiro em bagé não estamos não estamos lá a cidade se soprepõe tanto ao longo dos anos, das fases e das horas do dia que estou sempre levantando escombros escombros doem as costas caem escapo, não sem alvoroço estratégia é também ruído, ainda que estou doente de ar falta de atribuições fluidas…
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ca
o canário se aproxima não é hora de se subjugar tecer constelagens de pequenas falsas mordagens firula, que nem algoz diria que não diriam que não tantas coisas furtivas vozes que se refraseiam e parafraseiam cristais pardais sem nome pássaros migrantes sem lugar sem hora capaz foste uma vez mudar de capa,…
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trajeto
às vezes eu tenho a estranha vontade de dormir num ônibus não que seja confortável não que não haja ruído é o simples gesto de estar em movimento ir de um lugar ao outro como se com isso – transpondo cidades – algo pudesse transmutar constelação vista pela estrada ruído de máquinas, parada assunto de…
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cambridge analytica
quem levanta os montes depois de mortos? quem ergue o eixo que faz respirar? quem derrama suas fezes sobre um povo, corrói seus novelos e ergue um punho sobre nós está ali às cegas tateando infinitos em praça pública mil sóis em utopias e amores esmagados, sem dó DIANTE DO ESCÂNDALO há os galhos que…
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versaletes 12
onde estão os relógios que congelam trajetórias para que se possa criar um morcego debaixo da escada uma escarlatina que não tem fim e volver pois sobretudo amamos focas e podemos fazer refeições abraçadas em sóis complexidades, a pessoa diz posto que tudo perde o gênero a partir de agora e as tentações caminhos se…
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fluxo
onde está uma ventania que se situa exatamente no instante em que a dança começa, uma membrana é posta de lado; cartilagens de baleia formam costelas duras e maleáveis – uma fortaleza que tem meios e barbatanas; pés que correm por entre teias costuradas e que sim! cessam, se fazem percurso no chão; olhos que…