Categoria: clã

  • verão 3000

    enfrentar o atropelo que é o verão o sol alto a temperatura alta o som ensurdecedor a latência pedindo abrigo o trabalho dizendo vem, me chama, procura, abraça, mostra teu charme y a que vem nesse mundão… ah, janeiro, ah, rio de janeiro, ah botafogo dos barulhos grosseiros y da convivência quase muda, séria, e…

  • das muitas esquinas um rasgo; um arroubo um baile alegria

    nós fomos ricos nós fomos serelepes nós fomos turvos nós nos divertimos um bocado nós celebramos nós choramos mas tantas vezes e tantas horas sem saber um ensejo um caminho por onde ir um altiplano uma subida na esquina um cantinho aberto para ver o campo todo sorrindo a galera toda cantando um lugar ao…

  • hortíferas

    as celebrações que relegas ao outono ao inverno às hortas vorazes criaturas antigas do condomínio do chão cultivo de meias-portas altivos, saltitantes embriagados envoltos em colagens turvas, imensidões povoamentos silvestres familiares mezaninos cabides, abraços aqueles meninos já grandes as suas voltas e botas, e cabelos encaracolados já não colhem tão sossegos como ouvi, uma vez,…

  • as palavras não dão conta de surrupiar os novelosficam assim: pasmas e de tantos espasmos, começam a se mover de mansinhopor entre encostas, espaços abertos esquecidos pelo tempodas multidões não mais seremos, até que não haverá verbo para cessar os fogosse não aquele gesto mínimo, da facedos mais próximos

  • rito

    chuva em imperatriz, nevoeiro em bagé não estamos não estamos lá a cidade se soprepõe tanto ao longo dos anos, das fases e das horas do dia que estou sempre levantando escombros escombros doem as costas caem escapo, não sem alvoroço estratégia é também ruído, ainda que estou doente de ar falta de atribuições fluidas…

  • °

    nadando contracorrente, tranquila, de costas; o fogo aceso; os amigos presentes; a comida farta; o céu estrelado; os livros e projetos em prumo; as estórias; os jogos; as cores; as crianças; o tecido de pendurar; as danças, a rede, sambasadashiva; passado, presente, futuro; björk; os mapas; os tempos porvir; os vínculos alegres; o cultivo; a…

  • ca

          o canário se aproxima não é hora de se subjugar tecer constelagens de pequenas falsas mordagens firula, que nem algoz diria que não diriam que não tantas coisas furtivas vozes que se refraseiam e parafraseiam cristais pardais sem nome pássaros migrantes sem lugar sem hora capaz foste uma vez mudar de capa,…

  • de mão / corpo / água

    pensar meu nome escrito em ar condicionado terno emplumado, enxuto, asseado sapatos de verniz ou botas paetês (a um pertencimento) azul verde prateado mata úmida bem chegada és tu mais uma vez sem porquê de corpo devaneado mal inventado a saber se           encontra              …

  • cambridge analytica

    quem levanta os montes depois de mortos? quem ergue o eixo que faz respirar? quem derrama suas fezes sobre um povo, corrói seus novelos e ergue um punho sobre nós está ali às cegas tateando infinitos em praça pública mil sóis em utopias e amores esmagados, sem dó DIANTE DO ESCÂNDALO há os galhos que…