sinto muito, mas eu tenho essa memória
e é a minha parte preferida
eu não tenho vontade de dedicar a você pela recusa,
(e guardo meu carinho nos sonhos, até sumir, mesmo que leve tempo)
sinto muito, mas eu tenho essa memória
e é a minha parte preferida
eu não tenho vontade de dedicar a você pela recusa,
(e guardo meu carinho nos sonhos, até sumir, mesmo que leve tempo)
uma ficção política que takes place no bar dellas,
ali, encruzilhada de todas as horas
todos os caminhos levam a
e sempre tu encontra alguém conhecido
eu tenho muitos conhecides nesta cidade
alguns bailam comigo
alguns convidam
uns poucos não somem, ah
o círculo de cinco tão restrito pandemia
ninguém aguenta mais
mas era assim
que acontecia
o encontro da noite a magia
a gente falido falando besteira
se apresentando em plena madrugada
é menino ou menina a gente ouve
na primeira saída
a única
em tempos
na orla
da ilha
você não quis vir
de novo
à margem
das águas
eu acho que a gente compartilha
uma ínfima notícia um zelo
um carinho irrestrito assim guardado
envolto em todas as defesas possíveis
de viver o mundo
eu vivo na minha cabeça e basta
e acho que todo mundo vê
o que eu vivo aqui dentro
alegoria inviável essa
aprender a
externalizar
aprender a
viver o mundo
sentir o rasgo o fogo o bocejo
fogo fátuo toda hora
o que não dura é
alucinação
um monte de notícias eu guardei pra ti
não ter medo da memória
assim é isso?
não ter medo de
existir em abrupto
reencontrar assim
aquilo que é áspero
que prorroga
indefinidamente
o não-acontecimento
aquilo que inventa
o vivido e a festa
a larga partida
campo percorrido
a pé
tua mão
os lábios
os pés
meu exílio
o tanto que fomos,
o tanto que somos
inês nin ~ ESPAÇO AVI
15 a 25.08.2016
Brasília/DF
°
para uma residência, pede-se comumente portfolio de artista e/ou uma proposta de trabalho a ser desenvolvida
deste momento entretempos, em que me equilibro e nos equilibramos adentrando tantas catástrofes, maravilhas e cotidianos sortidos, a práxis nós inventamos, e sobre isso
tenho trabalhado o improviso,
imergindo em atividades que envolvem esse reagir rapidamente a uma interferência, a uma situação, investigando modos de sair dela ou contornar seus movimentos, dançar conforme os ventos
um estudo de ações que só acontecem no tempo/espaço real do agora, repentino mas também repleto de respiros e observâncias
corpo alerta; relaxado e alerta
:
em curva, anotações e leituras, perambulações sonâmbulas por entre os espaços, gravações de gestos, posturas e meditações em vídeo, rascunhos, escritos, recortes
(quem sabe chame-se uma metodologia)
de abalos sísmicos e refúgios, me concentro muito no lugar interno como modo de reorganização. dentro de mim bosques, florestas, praias vazias, montanhas. arriscar o prumo –
uma bússola
no metrô: rodopia, louca (leio como transtornada pela velocidade)
no avião: ?
(testaremos uma bússola a bordo da aeronave)
>
admiro voar, gosto de alturas e até pilotaria aviões. contudo, estou pouco habituada. meus modos de locomoção na vida, praticados com frequência, em geral se baseiam nos pés, na força propulsora do corpo. caminhadas, pedaladas, danças, pulos, corridas. sobre rodas, além dos pedais, muitas vezes ônibus, poucas vezes carro, raras vezes motocicleta. voo, sim, desde criança, quando me contam que na primeira vez, em vez de fitar as nuvens e olhar pela janela, eu preferia me concentrar em comer iogurte.
encontrar nuvens numa estrada, trilha ou escalando uma montanha: me instiga e embeleza os instintos.
subir
eis aqui um monte de textos escritos sobre isso, vontades, desejos, propulsões e movimentos na medida em que conseguimos alcançar
(alguns requerem anos de treino)
assim como fugas, levamos uma vida a contornar e descobrir saídas, modos de sublevar ou rachar os modos correntes
– movimentos muitas vezes abruptos, como fechar um apartamento em menos de uma semana –
que acabam por decorrer em meses um pouco embolados, malas que se dividem entre cidades, transições pouco previstas, mas eis que
de novo uma casa, mudança operada quase sem perceber, recebida com gratidão profunda e sim,
uma varanda! aqui temos céu e plantas!
>> >
seguir viagem, depois de um respiro e umas tantas reviravoltas, ocorre como o suprassumo destilado de uma decisão,
revista e reverberada em solitudes, idas e vindas, intenções
(revista a intenção e ajustado o eixo que vem-e-vai para uma posição mais confortável)
a temperança acaba de me ocorrer como carta no tarô em forma de livro que jodorowsky delegou a minhas amigas, e que tenho usado como oráculo
o número de 9 dias que escolho para essa estada se refere ao que o momento oportuno (kairós) pode me oferecer no momento e o aceito de bom grado, buscando um equilíbrio entre os caminhos
é também o número do eremita, carta que me saiu logo antes nesta forma livro que consulto. provável que por um hábito que vem de leituras do i ching, oráculo de origem chinesa em que se usa moedas ou dados para se chegar a uma soma de traços (um hexagrama composto de dois trigramas) e então ler sobre ele em um livro, com recados que se deitam sobre linhas contínuas ou partidas
investigo oráculos e me instiga profundamente o fato de sentidos e significados tão profundos (e narrativos, em sua interpretação) serem acessados pelo método do acaso. creio, talvez só um meio de acessar uma sabedoria, conscientizando-nos que o que sentimos e pensamos também influi nos resultados, e ainda nos fatos.
°
pisarei pela primeira vez na região centro-oeste do brasil na próxima manhã, dia 15 de agosto de 2016, menos de um ciclo lunar decorrido desde o último dia fora do tempo (25 de julho), em que se inicia uma nova onda encantada segundo o sincronário maya
a lua se encontra em fase crescente, para a qual aprendi um novo rito de prosperidade que envolve fogueiras (e podem ser feitas a cada lunação).
celebraremos os 32 invernos decorridos desde que abri a boca neste mundo no meio do percurso, à lua cheia
e por fim, à lua minguante, seguirei viagem de novo ao rio de janeiro antes de voltar para casa.
☾
durante esses 9 ou 10 dias de residência (considerando-se que chego na manhã do dia 15 e parto na manhã do dia 25) penso em ter uns poucos prospectos (para além dos improvisos e trabalho cotidiano)
★
sabemos que
: encontrarei outra residente entre os dias 19 e 21 de agosto
: pretendemos ir a alto paraíso, quem sabe acampar
: tive ou acredito ter tido pouco contato com a vegetação típica da região do planalto central, apesar de o cerrado também ser identificado com o estado de são paulo, muito desmatado, onde vivo. e portanto pretendo observá-la, se possível mergulhar nela, como costumo fazer em florestas (há muitos modos para isso)
: o quintal é propício para fogueiras e também projeções 🙂
: trabalhamos com o vídeo (a ser revigorado ou re-desbravado em processos de edição em software livre), com a fotografia sobretudo analógica, com as danças, com o silêncio e a escuta, com uns poucos ruídos, com rabiscos e a famigerada escrita
: estarei em pesquisa de movimentos corporais no lugar
: terei que dar conta de um certo cotidiano no sentido mais prático de afazeres remunerados, e que deverá ser muito bem ordenado de modo a conviver com as práticas de alegria e criativas em geral (o que de algum modo todas são)
: a bússola principal será a temperança, com o respiro como seu aliado
: ocorre, portanto, algum exercício de cálculos, a ser combinado com o improviso (descoberturas e cessões)
: haverá um aniversário e uma exposição de yasmin no mesmo dia (todos os bons presságios)
: prevê-se ou seria interessante ou importante organizar uma abertura de processo com convidados no espaço. sugeri o dia 23, mas como os próprios processos ainda se fazem, e as datas se ajustam em certa medida interna, decidiremos quanto a isso conjuntamente;
: estou animada!
☾
os estudos recentes apontam para quaisquer práticas ou referências que envolvam ESPIRAIS, dentre os quais têm sido vividas/observadas
– as espirais no corpo, enquanto torção em movimentos levíssimos e gentis na arte marcial kinomichi;
– estar dentro de uma espiral e se orientar nela, atravessando com maestria e entre muitas pessoas, como no treinamento de dança passing through (atravessar);
– espirais na natureza, como parte da observada geometria sagrada, que se repete em redemoinhos, tornados, na pia, na privada, nos oceanos, nas plantas quando brotam e em nós, bichos;
– sentidos figurados empregados na fala e na prosa, quando se fala em espirais e o que denotam.
*
RESILIÊNCIA é outro termo-chave, que pontua fortemente a pesquisa ‘corpo, ambiente e resiliência’ que desenvolvo desde 2014-15, e vai de encontro com espirais (como formas de atravessar e lidar com, mas também de encontro consigo e versatilidade no lidar com as diferentes situações que nos deparamos)
é premente o estado climático em que se encontra o planeta, fato conhecido, e no nosso entorno observamos inversões climáticas, secas e outros problemas graves que decorrem de práticas predatórias com a terra e devastação de florestas
da região do planalto central, onde se encontra brasília, noticia-se as frequentes queimadas espontâneas devido à temperatura, o clima seco e as práticas anteriormente mencionadas (que se apresentam em diferentes medidas e desmedidas)
braslília também é local onde se centralizam os acessos à região amazônica, importantes discussões que envolvem índios de diferentes etnias, indigenistas, pesquisadores e articuladores ambientais de modo a lidar com esses problemas
encontrar esse lugar construído há poucas décadas e que foi, transversalmente, tornado capital do país, será importante para compreender localmente, com os pés e corpo presente e de maneira ou de outra e certamente muito particular, como operam as instâncias ali localizadas e também os corpos, considerando-se arquietura e questões de deslocamento
✧
estar na cidade porém em meio rural (no córrego do urubu), acredito ser a melhor maneira de experimentar esse espaço compartimentado que são as cidades, que dirá as modernas, e que ainda comporta cachoeiras
de céu e cachoeiras avistamos danças (alegria)
e em danças, certamente significa qualquer atividade situada na região que se conecte com o corpo (exceto as academias, corporativas), nas quais se sobressaem as acrobacias e aquelas que misturam corpo e ambiente, ou são feitas ao ar livre
(avistei algo de acrobacias e bambus, não encontro agora)
(no mais, quanto mais arriscamos, melhor. é tempo de atravessar e também conter velocidades. por isso planos serão mínimos; somente apresento observações e orientações para o percurso)
(me calo, irei observar os melhores modos de andar)
com alegria,
e até jajá,
>>
inês.
TRANS-
conceber um SAIR do LUGAR implica sob certo sentido em uma superação. como ir além da experiência anterior; um ponto que impulsionado por MOVIMENTO gera uma outra situação.
transcender um momento disforme, pouco funcional, mambembe. desfazer uma certa dormência, reentender todos os processos. misturar a disposição dos intelectos.
uma bússola revirada, e revigorada.
em viagens recentes fiz questão de carregar uma bússola, companheira tão amiga quanto a lanterna e uma mochila gordinha, um pouco alta. apetrechos úteis, talvez neste caso ainda mais úteis enquanto ideias de viagem, desejos de nomadismo. vontades de incorporar um personagem explorador: expedito azuis, aquele que age, despachado viajante. procura caronas, aprende a voar. povoa de cores e florestas uma paisagem, ela mesma enquanto imagem de sossego e desafios, abrigo, localizada mais DENTRO do que FORA, para falar de coordenadas. desejos, como as praças e os lugares, se confundem. nada é só um mesmo, coisa afável e distinguível das demais.
ir além implica em transitar. na contramão dos engarrafamentos*, caminho sem pressa, atravesso pontes e escalo prédios. se trata de superar expectativas, por adquirir rumos truncados, incertos demais para especular. nada mais que um treino, até que saiba não existir em espera nem planejamentos complexos, mas sim em processo, corrente, que flui e escorre das calçadas, só anda a pé.
de uma precisão de rejuntes: extrair a simplicidade das coisas. descomplexificar, como um processo químico. para tal, é necessário desprogramar, repensar todos os sistemas e métodos vigentes. desordenar. haverá necessidades de; e se fizer de outro modo; se é verdade que preciso tanto; o solo mesmo não se refaz? composição. assimilar as cores do local, a partir dele construir e só. em volta, são tantas as coisas que estimulam a perda sem rumo, o caminho mesmo do cristal, do arranha-céu com tv de plasma e correrias.
transição. transitivo transitar dos entes mistérios, minérios, ritmos próprios constituintes da tábula rasa da monotonia. monotipia, rumos em vão: tantas técnicas e só vejo uma cor. ruído de voltagens, confunde nossos cérebros.
x
trans é um radical queer. que se situa para além dos sistemas, da compreensão costumeira dos entrecoisas. costura bordados e ri do próprio desatino, desconversa, nunca se saberá ao certo onde vai. pode assumir caracteres absurdos, atravessar a amazônia, se transformar.
transtornos são possíveis, aspectos sinceros que vêm à flor da pele, se perdem. água e animais, super gêmeos ativar, sempre outra coisa que não a esperada. x, que não tem gênero nem classe, assume formas variadas de acordo com a situação. estratégia faz parte de sua estrutura desestruturante – preparada para transcender as maiores crises, entrar em transe, alucinar.
*processos lúdicos que implicam em engarrafar carros e pessoas, como consequência de um equívoco histórico. são intensos, memoráveis e até mesmo hilariantes, tão presentes no cotidiano de cidades populosas. paradoxalmente, quando se procura saber a respeito do estado dos engarrafamentos locais, fala-se em informações sobre o TRÂNSITO.
// publicado originalmente no vocabulário político para processos estéticos em 2014.
inventário na sua boca
com cheiro de carnaval
quem iria dizer
que o invólucro iria se rasgar
espalhando pela rua
(mais uma vez)
parece que os rastros
foram todos coletados
(ao menos isso)
que sirvam a alguéns
as ruínas
e também os amados
objetos costuras rabiscos
revistas livros
colchão
esteira
estante
gavetas
tudo isso na rua
num alvoroço que fez quebrar
o filtro
de barro lindo posto na esquina
(penca que sobrava de 2017,
penúria, que vá em paz
essa retranca,
a ajuda que se faz rebuliço)
as famílias enviesadas
batendo cartão, cortadas
abraçadas esfiapadas afiadas
eu me desfaleço
e esvaneço
reinvento memórias
encontro outro nome
territórios corrompidos, firulas demasiado belas para sobrexistir a qualquer asfáltico caminho, reinvenção.
em campos de linho-semeadura, durezas vãs e decisões esquivas, além-trópicos ou no planalto central: que haveremos de fazer, que estratégias adotar, que tópicos consternar, que discussões postergar. ligaduras. caminhos. inveja tanta de algo que foi mas nunca fez, vontades, suntuosidades vãs de uma situação que não embeleza, pelo contrário, envereda em redemoinho e sabe-se-lá por onde mais.
construir! rios, pontes, tessituras? diria mais é observar, observar e respirar, observar e estarmos juntas nesse lugar nenhum. onde colocar os pés, precisamente. da terra cuidar. aquebrantar as migalhas de civilização que nos fundam, que nos constroem, que nos inventam em descartes e poeira, poeira de caminhões. e cigarros.
é curioso como uma busca de sentido que inauguramos com tanta alegria se perca e se misture a muitas outras lutas, e se torne sim mais complexa a cada dia. obviamente tem um quê de controle nisso, de uma vontade de lugar, de produzir eixo, cabo, chão.
eu não sei chão, eu sei voltagens. desvencilhar. de último, só peço menos atribulações e tributos durante o percurso, que haverá de se atravessar.
menos verbo, uma observação de gestos.
uma dança de gestos. às vezes mais pronunciados ou cada vez mais em meandros, em semilinhas e meias falas, sugeridos, expelidos entredentes.
não subestimar as ligaduras, ou mais precisamente as invenções de que dispomos, as ferramentas que recebemos.
o ritmo que imprimimos na dança é o mesmo que irá orientar o percurso. a desenvoltura de perceber os mínimos caminhos e desviar, reestruturar, apresentar por mais óbvia que seja uma solução palpável, alguma que não haverá de rastrear.
gracejos simples, cachoeira: cuide dos dentes, eu cuido do facão.
linha escrita, em mãos.
escrever sobre um não-dito. escrever sobre um partido. escrever sobre uma cara lavada, encontrada no meio da multidão tentando ir pra casa. descobrir no meio da estória que a personagem não tinha modos, não tinha um facão, para cortar todo o mato em volta que leva à passagem do caminho. o cantinho no meio do mato imenso na multidão.
na canção falava de pessoas-árvore, de onde saía uma cobra e então dissolvia. abria outra variação. no sonho contava laços e obras, pulando de pedacinhos, dormindo numa caixa vermelha, abrigada da chuva num lugar estranho, temporário, porém amigo.
desconhecia os vestígios. no meio de uma urgência poderia esquecer a bússola, o facão ou algumas memórias essenciais para se guiar e traçar o percurso por si. ficaria então vulnerável, exposta a fatos e acasos sem ao menos uma ferramenta. serão sempre chances de se descobrir um desvio, um atalho talvez, mas tampouco algo que se queira desejar.
no campo de plantações que encontrara no outono anterior, poderia visitar mais vezes, todos os dias talvez, mas sempre um obstáculo as ladeiras, e as relações que foram tecidas dentre, e as imagens evocadas por cada um desses eventos. mesmo um vídeo, cheio de sorrisos afeto e movimentos-percurso, foi acontecido, de tal mutualidade e desprendimento que permanece na ilha de edição, aguardando talvez um repente que irá trazê-lo a todo custo à vida, enfim à vida, ao fluxo corrente, onde não há receios de existir porque sim importa.
importa abraçar umas mil vezes mesmo que seja uma obra, mesmo que uma imagem em si quase dança, pesquisa e plantas. sem o calor de uma pessoa, sem mãos que se tocam, sequer palavras que se direcionam.
o que fere, na cidade, é a diferenciação. é o tanto do mesmo que se encontra e por que mesmo não os considero mais divertidos; me enfastio com certa agilidade de modos e gestos que outrora talvez não dissessem nada.
pois me dizem, um nada tão absorto em si que não tenho coragem de prosseguir na conversa. fujo dessas vozes, porém me pergunto por que então a cidade, se há tantos contras com que se lidar.
ora, me disse um monge uma vez, lá no fim do asfalto: esses mundos imaginários só irão perseverar se assim persistir. e não se pode persistir sobre estradas abstratas, vencimentos colossais que não se sabe como, invenções de cotidiano e obras que só existem em planos astrais.
se tens tu uma terra, ou tens tu um tempo, e tens tu uns amigos, podes inventar música, podes prescrever um cotidiano para si, mesmo que para isso seja o caso de adentrar outros caminhos, não saber responder todas as perguntas, mas desenhar com o corpo um descaminho pervertido, astuto e esbelto como só serão as cobras!
holograma, pois subia entres as névoas, tal como em paranapiacaba, eu não saberia nomear os montes.
sei de montes de mil relvas, mas não aqui. e daquilo que só sei de hábito, importado não sei de quem, ou do que só vi em foto: inventaremos, perspicazmente. mas no momento só me ocupo de inventar uma dobra.
se haverá frestas, oh, sim, e frutas. será propulsão de um ninho, de um partido talvez, mas do tipo que vai à rua protestar e mil ocupas. e que sabe configurar cabana de modo a fundar um assunto. um plano de mil vozes e fortalezas, gestões compartilhadas, recolhimento de vacinas e pés que energicamente sobrepõem telhados. se o cimento chegar, vai ter floresta!
vox ~ partituras de verbos y danças / por inês nin
*
brilho
clã
corro
respiro
ruído
sustento
vento
abraços fortuitos afeto amorzinho autonomia azuis ação caminho campo carta casa chão cidade constructo corpo cotidiano dança dentro desenho encontro estribilho floresta fogo fôlego gesto img linhas lugar mato montanha movimento multidão natureza percurso poesia política prosa ritmo rua sul texto trabalho txt versaletes verso vida
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