um corpo em riste; processo

doismilequinze chega e já está no meio, mais que o meio, é beira. o dia fora do tempo, e o tempo, que de sincronias anda turvo, vive mais em ato que em documento.

só que preciso de documento. dizem uns, as coisas se constroem com. de alguns atos tenho, de outros não, ou pouco, colho os rastros por aí. que de fato me ocupo que sejam poucos. para não cair no buraco negro dos ruídos. habitar um espaço ruidoso como a megacidade dos carros faz com que eu me esquive de fotos, deixe de documentar, queira participar cada vez menos dos excessos, de tudo o que atravessa os tempos, faz acelerar. simultaneamente nos esquivamos e apressamos, lados contrários, se misturam.

sobre os atos: em número, constância, faz pouco mais de dez meses que dou aulas. valor aproximado, operando com exceções: férias, um dedo quebrado. noções trabalhistas burocráticas imperam. aprendo a lidar com elas. as aulas: compreensão de sistemas, experimentações de linguagens, hibridismos. um pouco e tanto de som que resgato de anos pesquisando. o som vira dança, por uma noção gradual de processos, necessidade de mundo. um corpo que busca com leveza se movimentar e estar atento, se observar.