abrupto

ao longo de 2020 editamos abrupto, livro de poesia que decidi finalmente publicar (depois de escrever tanto, ao longo dos anos). é um começo, a ideia é ir trazendo às vistas os outros, fazer livros, e parar com esse lance de guardar. o livro foi impresso em 2020, e lançamos agora em 2021 pela editora urutau. os poemas são de 2014 a 2019, muito bem amparados pelos posfácios da JANAÚ e jeanne callegari, e orelhas da luiza leite. tá fresquinho, vem abrir caminhos. quem quiser, dá pra encomendar comigo ou no site da editora. o/

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em diminutos livrinhos deixados pelo jardim, a história aqui narrada participou do evento casos bárbaros em 2017, em são paulo. e pretende seguir caminho.   me contaram histórias de árvores. elas esgarçavam suas botas para alcançar o outro lado do oceano. obviamente disse galhos, não botas. espasmódicas botas, digo galhos, costuravam versões de si próprias em novelos, e a cada vez lançavam ao oceano. lançaram muitas vezes, ao longo dos anos. tantas, que foi formando um monte, depois uma montanha, e então uma ilha, que soterrava baleias por baixo de suas raízes. digo superfície. o objetivo era chegar na outra …

asfalto dança, revolvido e celeste

texto impresso em papel vegetal e distribuído no ‘kit comum’ na exposição sozinho a gente não vale nada, de encerramento da residência casa comum, em 2016.     do que seremos capazes. quando estivermos em residência. quando estivermos juntos. quando soubermos desatar os laços e não nos deixar contaminar pelas ruas. pelo ruído que envolve. encruzilhadas de encontros e um tanto de terra descascada, casa — muitos moraram aqui. nós estamos. um curto período de tempo, esses dias: vejo transição. para mim transição, enfim transição, de polir arestas transição. transitoriedade. estamos. rio de janeiro se impõe transitório, quando cutuca suas …

eis a carta montanha, escorrendo pelas mãos:

resultado da Residência de Verão da Nuvem em janeiro de 2016, feita em ato contido em tinta nanquim e papel de arroz no Laboratório 9+1 em junho de 2016 e, exposta na Mostra Plêiades em abril de 2019. a essa altura já não existe em matéria. as fotografias permanecem. a comunicação se reencontra em outras trajetórias.   escrevi isso numa tarde, depois de ruminar por uns dias. procurar olhar para os acontecimentos com outros olhos. pensei muito nisso de enviesar o olhar, tentar observar sob outro canto, de outros lugares. carinhosamente, buscando outros modos de encontrar, comunicar. um escrito longo. …

falar com PHASMIDES, de daniel steegman-mangrané

crítica/percepção ou conversa publicada no sítio do ateliê397 em 18.11.2015   desestruturar-se. confundir-se. corpo que se mistura à lama e opera por associação. sujeito-corpo-ambiente. sequer sujeito, ainda: coisa. objeto que ANIMA. e então bicho. antes, poderia ser uma folha, um pedaço de pau, de árvore. enquanto planta, parte da paisagem; enquanto bicho, predomina? sobressai-se no todo? o animal existe, mas que será essa existência enquanto mundo? sobressalentes, os modos de sossego que constrói um homem (no masculino, branco, singular) perante a TERRA, a que preço – desnorteia-se uma barragem, e cai sobre as cidades – de erguer os planos. dormentes, …