onde estão os relógios
que congelam
trajetórias
para que se possa criar um morcego
debaixo da escada
uma escarlatina
que não tem fim
e volver
pois sobretudo amamos focas
e podemos fazer refeições
abraçadas em sóis
complexidades, a pessoa diz
posto que tudo perde o gênero
a partir de agora
e as tentações caminhos se viram em novelos
rasgos, bocados, amargos canos que porventura
costuram chão
se imagino
onde os sabiás constroem aviões
e não sabem mais dúvidas
nem mentiras
nem solapos
nem digressões
existem uns cabos
que acabam enganos
encontram famílias em anzóis
e fingem costurar alguma coisa
ainda seguram
as vozes novelos e todos os elos perdidos
para que possam sucumbir
e não saiam
do chão
os topos dos prédios
os cumes das montanhas
os abraços amigos
e as botas
se encontram, de espera em espera
à olhadela da esquina
procurando a próxima cidade
enquanto o espírito se abre em fôlego
a encontrar o ritmo
ao passo e ao vento
para que se formem
novas memórias
e campos de ação
não há acaso
só vínculo