um monte de notícias eu guardei pra ti

 

uma ficção política que takes place no bar dellas,

ali, encruzilhada de todas as horas

todos os caminhos levam a

e sempre tu encontra alguém conhecido

eu tenho muitos conhecides nesta cidade

alguns bailam comigo

alguns convidam

uns poucos não somem, ah

o círculo de cinco tão restrito pandemia

ninguém aguenta mais

mas era assim

que acontecia

 

o encontro da noite a magia

a gente falido falando besteira

se apresentando em plena madrugada

é menino ou menina a gente ouve

na primeira saída

a única

em tempos

na orla

da ilha

você não quis vir

de novo

à margem

das águas

 

 

 

 

 

eu acho que a gente compartilha

uma ínfima notícia um zelo

um carinho irrestrito assim guardado

envolto em todas as defesas possíveis

de viver o mundo

eu vivo na minha cabeça e basta

e acho que todo mundo vê

o que eu vivo aqui dentro

alegoria inviável essa

aprender a

externalizar

aprender a

viver o mundo

sentir o rasgo o fogo o bocejo

fogo fátuo toda hora

o que não dura é

alucinação

 

 

um monte de notícias eu guardei pra ti

 

 

 

não ter medo da memória

assim é isso?

não ter medo de

existir em abrupto

reencontrar assim

aquilo que é áspero

que prorroga

indefinidamente

o não-acontecimento

aquilo que inventa

o vivido e a festa

a larga partida

campo percorrido

a pé

tua mão

os lábios

os pés

meu exílio