Tag: verso
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caverna
um gosto que recolhe vozes e conta suturas. magias capitais de um sem número de eventos perdidos delírios, tantos mais. tantos mais solfejos abertos, gorgeios espertos, apertos de mesa de bar. conversa fugaz, sonho sem razão. turva. não tem sentido mas há encontro. não chega a encostar. sonhos abertos. fronteira de intelecto; separação. é sintomático…
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casco
lentidão, como é bonita a tua terra como tece o teu segredo entrementes toda vida como constrói um arbusto tão sereno que tudo percebe silencioso arbusto todavia carrancudo lento, ameno tão seguro de si tão tormenta terminaria todos os afetos encurralando aquilo mesmo que vi que vivi em um ato sereno, contudo um domingo no…
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sublevação
o gosto das coisas. o pensamento. gosto de correria sem forma. gosto de lamento. e refuta. e refuta. e refuta. argumenta cinquenta vezes. cadê meu gosto pra escrever. gosto de cascalho. gosto – melhor que carro. qualquer coisa melhor que carro. qualquer coisa melhor que arguta. memória . . funcionário de empresa não sabe o…
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brilho
sobreposição de montes, desta vez novidade; aprender a mover os montes um por vez. os cascos. astutos montes concedem abraços. acolhi. acolhedores cantos de tanta lucidez, sem firulas, com respiros, sem bocados, entredentes. acolhedores montes de tantas mantas cem invernos toalhinha praia no inverno entrecantos – um ritual de chão, lá em casa. escopo de…
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saltosuspiro
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o acúmulo depois de um tempo pesa
o acúmulo depois de um tempo pesa passa atrasa os terrenos tempo curtido, escasso. o acúmulo que tantas coisas fiz (e de assuntos que não são memória) a glória é construção acaso limpa que se faz nos braços e abraços que se preza. a calma construída conhecida os lugares mesmos meus que não permito o…
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x
queria escrever uma carta para alguém imaginário, pois tem sido muito difícil encontrar as pessoas nas multidões. criar espaço em bagunças espasmos, festas, amor estilhaçado em multidões, de novo emaranhados que acontecem e participo (nem sabe os meandros por onde passam, nessa vida, os abraços) observações de modos de vida, lixos e materiais comidas e…
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parede
sem lugar para o gosto verbo, sem lugar para a dança (lugar) a-lugar eu faço, a esta hora não antes, depois não saberei o que seria dos rejuntes sem estes cantos (e tantos anos sem ao menos uma linha escrita, aberta) fechadas casas são as tuas, apesar de entrar conheço tantos meninos com medos de…
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zelo
é bom que ele esteja na superfície. faz tocar. dongos, bongos, sinos. velhos sinais vultuosos de dormências profundas, de presença ainda que inerte. interage como ausente, ou quase, escuta – não lá. toque. vaz, vrum, vibra entre suntuosidades, chupa um grelo, eu sei lá, feliz. não pensei, fiz. assim se compõem todas as maravilhosidades que…