colagem de chão

territórios corrompidos, firulas demasiado belas para sobrexistir a qualquer asfáltico caminho, reinvenção.

em campos de linho-semeadura, durezas vãs e decisões esquivas, além-trópicos ou no planalto central: que haveremos de fazer, que estratégias adotar, que tópicos consternar, que discussões postergar. ligaduras. caminhos. inveja tanta de algo que foi mas nunca fez, vontades, suntuosidades vãs de uma situação que não embeleza, pelo contrário, envereda em redemoinho e sabe-se-lá por onde mais.

construir! rios, pontes, tessituras? diria mais é observar, observar e respirar, observar e estarmos juntas nesse lugar nenhum. onde colocar os pés, precisamente. da terra cuidar. aquebrantar as migalhas de civilização que nos fundam, que nos constroem, que nos inventam em descartes e poeira, poeira de caminhões. e cigarros.

é curioso como uma busca de sentido que inauguramos com tanta alegria se perca e se misture a muitas outras lutas, e se torne sim mais complexa a cada dia. obviamente tem um quê de controle nisso, de uma vontade de lugar, de produzir eixo, cabo, chão.

eu não sei chão, eu sei voltagens. desvencilhar. de último, só peço menos atribulações e tributos durante o percurso, que haverá de se atravessar.

menos verbo, uma observação de gestos.

uma dança de gestos. às vezes mais pronunciados ou cada vez mais em meandros, em semilinhas e meias falas, sugeridos, expelidos entredentes.

não subestimar as ligaduras, ou mais precisamente as invenções de que dispomos, as ferramentas que recebemos.

o ritmo que imprimimos na dança é o mesmo que irá orientar o percurso. a desenvoltura de perceber os mínimos caminhos e desviar, reestruturar, apresentar por mais óbvia que seja uma solução palpável, alguma que não haverá de rastrear.

gracejos simples, cachoeira: cuide dos dentes, eu cuido do facão.

linha escrita, em mãos.