Categoria: versaletes aos abraços e encontros fortuitos
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rumo
1_semmedo compreender o sossego por entre as curvas. sim, é essa a tarefa suprema a realizar. como proceder? digo, conheço uma penca de procedimentos, talvez não aplicáveis a todas as instâncias. primeiro tem de compreender a fissura, olhar entre as bordas dos cadarços e cada modo de lidar com os ambientes. não se faz a…
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feitura
esse texto não é meu. a reclusão não foi premeditada. férias é comum, quase todo mundo tira. mudar de espaços é normal. procurar ordenação no caos, todo mundo faz. melhor que jogar pela janela (e se janela houvesse para). não pode parar e procurar tudo de novo, achar que com vazio reconstrói tudo? talvez. mas…
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postulados de trânsito: afonso pena, no meio do trajeto
chego sobre rodas, ponho os pés na praça pontos a favor em uma cidade última. parar de repetir monumentos. o que fazer com as histórias das gentes todas que habitam, como seguem seu ritmo diário, interrompido por fachadas de obras, tristezas, demolições, ruas sem sentido, gente sem ruas, gente sem mala para carregar por aí.…
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sinusite
silêncio e mídias sociais como começa o nosso silêncio. leio mais uns textos da luisa nóbrega que fala de wittgenstein e audição e surdez e fala. nunca li wittgenstein, não ainda, mas isso não importa. o que me impressiona é algo que se conecta com um instinto que não sei verbalizar – ou às vezes…
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minimal: o quarto
rumo, ruminância a pensar se precisa de tudo isso que inventaram para o seu sustento. tudo aquilo que chamam de vida, com suas vias pré-programadas – para quê? se não serve para as gentes que dirá para o que há em volta; serve ao controle. é tudo a serviço do controle, sabemos disso. sabe-se aquilo…
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realeza : desassossego
cada pessoa que tem compõe um mundo. ou pode vir a ser. tem imagem que falta, e tem gentes na esquina que nunca fazem, mas sempre comemoram. todos os dias. tem vulto que nunca iria nada, porque não quer. fossem todos os sonhos cristalinos, assim como as vontades que tentaria, sim, tantas vezes. as penas…
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azurelaços
tem algo de errado com a matéria. com a notícia que enrijece meu corpo quando é dia – e se morre, mais uma vez, tão constantemente! aguentar os debates urbanos e notar que de fato precisa deles, ainda que haja um quê de envenenamento nas ideias totais, nas montanhas. há como proteger-se com tanta lembrança…
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eixo
pensar o texto em termos de forma. “esse tem ondas”, “esse faz uma curva bem atrás”, “estrutura que parte de três tópicos, que na verdade são três manifestações diversas de um mesmo modo de pensar, em diferentes níveis, talvez”. tá muito abstrato? bora repensar. a emergência do novo. como se contamina. não dá pra falar…
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sei subir montanhas
um boas vindas a toda energia pulsante. é engraçado que intensidades parecem passar como nuvens correndo pela janela do trem, deixando uma sensação de presença inexprimível em palavras. é que a inspiração espontânea passou, mas sei que ela está, sei que é de alguma forma constante e evanescente em sopro. desaprendi as formas de falar…