Categoria: respiro

  •             sinto muito, mas eu tenho essa memória e é a minha parte preferida                       eu não tenho vontade de dedicar a você pela recusa, (e guardo meu carinho nos sonhos, até sumir, mesmo que leve tempo)      

  • concluí que não sonhei com você, eu sonhei com a saudade. eu me despedia de uma casa vazia à beira do mar

  • que tenha corpo – e saiba se abrir sem medos de feridas. há tanto! no meio emaranhado vir sua linda. buh!

  • diversas formas de respirar

    o nó da saliva no canto da boca o gosto do resto na bexiga o canto ouvido aos pés e encanto brisa sabe o que eu queria mesmo era comer você você sabe, saberia, sempre poderia saber mas sempre acaso sempre esgote o bocado o entusiasmo mesmo que tanto toca a ferida o quero bem…

  • te vi por aí

    a gente tem que colar nossos tremores e nossos temores no tempo antes que sejam vãos (nunca serão) antes que acabem em qualquer esquina embriagados abandonados ao relento antes que encontremos uma desculpa estapafúrdia pra não se encontrar de novo as pessoas estão sozinhas nas ruas mas também estão juntas me pergunto se há vida…

  • pegar com o dedo aquilo que desanima. é uma coisa, palpável, que oscila entre o estômago e o pescoço. beira a garganta, raramente sai a público. uma emoção convulsiva, evasiva, inerte: presta pra nada, essa torrência. desanimar o desânimo. chegamos nesse ponto. nunca estivemos em outro lugar.

  • as palavras não dão conta de surrupiar os novelosficam assim: pasmas e de tantos espasmos, começam a se mover de mansinhopor entre encostas, espaços abertos esquecidos pelo tempodas multidões não mais seremos, até que não haverá verbo para cessar os fogosse não aquele gesto mínimo, da facedos mais próximos

  • dirigir

    eu respiro embaixo d’água faço casulo comigo desconheço onde habito me faço em rasgo rompante de primavera a refazer articulações quadradas, desmemoradas creque, creque, fazem as pernas o torso, o pescoço tem caroços tremoço, tremeliques da sampaula envergada as memórias tantas passearam por aqui nos sonhos vagos da membrana cápsula que não se conecta flutua,…

  •   domesticidade selvagem pernas fôlego     talvez o desafio seja tecer uma continuidade   (abrupto) (abrupto)