Categoria: brilho

  • diversas formas de respirar

    o nó da saliva no canto da boca o gosto do resto na bexiga o canto ouvido aos pés e encanto brisa sabe o que eu queria mesmo era comer você você sabe, saberia, sempre poderia saber mas sempre acaso sempre esgote o bocado o entusiasmo mesmo que tanto toca a ferida o quero bem…

  • te vi por aí

    a gente tem que colar nossos tremores e nossos temores no tempo antes que sejam vãos (nunca serão) antes que acabem em qualquer esquina embriagados abandonados ao relento antes que encontremos uma desculpa estapafúrdia pra não se encontrar de novo as pessoas estão sozinhas nas ruas mas também estão juntas me pergunto se há vida…

  • estrutura

    como se reinventa um corpo (um desejo) a olhar por ele mesmo a se ver campo ampliado lente macro composição inteira de pé sustento, de pé altura, de pé postura, de pé abdômen, de pé (bem fincados, peso distribuído) peito aberto olhar

  • ar

    o dia verso noite artimancada de invenções curvas, turvas as remoelas desacordar sair do espaço do sonho onde vivo uma vida inteira trazer o sonho pro caminho como se como se fosse [uma coisa simples, isso nunca haverá ou sempre há de haver uma possibilidade (e sempre me lembro quando disse: *possibilidades* e não veio)…

  • tudo aquilo que fomos, ainda somos,

  • foguetinho

    um caminho abestado besta tem vez sabe embolado sufoco marcado besta tem invenção suplínio cabestadura e não sabe arrefecer do sossego desinventar o ódio embasbacar a zebra sabe enrolar uns novelos nocê sabe, sabe curtido imensidão de três ladinhos cascalho quando mente pede novela caboclo quando conta história inverte tudo ao contrário sabe novena (sabe…

  • no momentoque antecedeo recuo ali faíscas movediças eu vi

  • à bicha amadaos louros as vozes cotovelosasneiras cabíveis lastros forças motrizeslentidão à bicha amadaum corpo dourado à espreita(não era isso)um rosto abrigo beijinho chamegoé o nome que se dá para cuddlingna língua dos nossos parentes de terrade chão inventivo que só fazàs gazes algozes cantinhos feridasassim de bairros distantes estrada aquibem perto aquiontem quem diz…

  • onde estão os teus amigos?eu olho para o lado e vejoum centavo jogado no chãoda esquinaquarentena e penso na praçatiradentes, antes da pandemiaos corpos passantes osencontros travados, começadosemperrados, abraços e umaperspectiva dealegria que fica paradepois e então __