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é preciso abandonar um universo para ir de encontro às coisas. poderia descrever minuciosamente alguns acasos, ou atravessar em vendavais os maus transeuntes. são públicas, as memórias. estão em desgaste corrente as multidões, que no entanto ganham força. sobrepõem-se continuamente. multidão-livro. multidão-blusa. multidão-multidão e categoria nenhuma. tentativas de apreensão rotineiras são contrapostas a evidências históricas, nenhuma animadora no presente momento. as versões que se estabelecem ululam, reinvindicam o poder para si, e esfacelam craquelê na esquina mais próxima. é invisível, o poder protocolado é invisível a si próprio, nariz entupido em sangue. existem rastros e razões diversas, controversas, justapostas, em …

asfalto dança, revolvido e celeste

  do que seremos capazes. quando estivermos em residência. quando estivermos juntos. quando soubermos desatar os laços e não nos deixar contaminar pelas ruas. pelo ruído que envolve. encruzilhadas de encontros e um tanto de terra descascada, casa — muitos moraram aqui. nós estamos. um curto período de tempo, esses dias: vejo transição. para mim transição, enfim transição, de polir arestas transição. transitoriedade. estamos. rio de janeiro se impõe transitório, quando cutuca suas terras abaixo, tantas camadas. seria não só o pó que entra pelas janelas ou o ruído alto de máquinas, às vezes acontece, como o samba. mas ele …