fala

1. as mãos conversam em ações realizadas na cantareira, à ocasião da imersão do lab com carolina sudati, luciana freire d’anunciação e josé artur campos, cujos resultados foram em parte apresentados na troca dois, capital 35, em 29 de outubro de 2016. esta fotografia faz e não faz parte dos verbos. 2. ademais, vemos tudo ao contrário.

sonâmbula percorre caminho

o que sacode o corpo? relevo. saltitar em meio à multidão. plantar bananeira, enviesar. lutar por compreender as torções em que meu corpo trava, evita percorrer. todos os caminhos de hábitos, todos os modelos viciados de se movimentar, todos os refinamentos. meus pés, como se plantam no chão. como o espírito se sustenta, barriga em riste, mente alerta. olhos semiabertos, que é a sonâmbula a olhar o chão. a sonâmbula é quem sabe caminhar melhor. com sua atenção semi-dedicada, se põe a observar desinteressada e abstratamente o que a rodeia. com isso, percebe facilmente coisas que outros não podem ver, …

risco

ação de torcer, moer, extrair suco. até sentir dor. até subir no topo de alguma coisa, e de lá a reconfortante vertigem. a luta bruta. ataduras, nos pés e nas mãos. corpo torcido. cara bruta. cara resoluta. cume, abrigo. praticar a dança – eu te disse – praticar as expectativas e desconstruções. no chão da sala, nas frestas. remover com tinta vermelha o que há nas entrelinhas. escrever demais. desenhar todas as coisas, passado o vazio, passado o chão: depois de doer, reconstruir como se nunca tivesse feito a membrana. desenho, desenho, desenho.