sozinho a gente não vale nada // casa comum

As calçadas são desfeitas e refeitas todos os dias. Enormes pedregulhos por onde passaram talvez cem anos são desenterrados, expostos e triturados. Em seu lugar, o concreto que chega. Seu pó entra por todos os poros e frestas, sobe em uma névoa tóxica e deixa todos embriagados. Manchas de asfalto e entulhos desenham padrões geométricos ao acaso. Uma fila de manilhas ocupa a fachada há semanas. Diz-se que um dia elas irão para o subsolo. Talvez por elas passarão parte dos rios desmembrados e confinados desse Rio de Janeiro. Talvez elas se explodam na próxima enchente. A Casa Comum acabou …