cinco postais

em 31 de maio desse ano coloquei no correio 5 cartões postais que mesclavam colagem e pintura, em resposta à convocatória da embaixada do brasil de arte postal 002/2013. eram igualmente cinco destinos possíveis para enviar (manaus, AM – NORTE; olinda, PE – NORDESTE; brasília, DF – CENTRO-OESTE; guarulhos, SP – SUDESTE e porto alegre, RS – SUL). pouco a pouco, foram chegando ao seus destinos. estão reunidos aqui. os postais são feitos de azuis, nanquim, metros quadrados de cidade em luto, com desejo de mato, de imensidão. nos sonhos, portas abertas e lareira quentinha, com os dedos sujos de …

travesti

travesti é amor. aqui, outros nomes, uma apropriação. mídia travesti de asinhas de fora, se faz de amiga, quer assaltar as máscaras de multidão. violência de estado corrompeu nossas ruas. contação de alertas, gente no chão: pensamento difuso, escreve-se para fagocitar os termos, desentranhar os caminhos por entre as nervuras do acontecimento. derivaceleste: saber emaranhar os acasos nas estranhas lágrimas provocadas pelos anteriores. o medo, a sede, a luta e o sossego se contaminam uns aos outros até não existirem mais. não há permutas, marmotas, percepções inertes ou qualquer outro sentido além daquele visível, ainda que tão turvo, paspalho: serão …

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de achar que a poesia já está armada, as preces todas colocadas, e o balão azul explode do outro lado da rua, assim, de multidão.

espaços de silêncio

em 2007, nos juntamos eu, dally schwarz e laura geyer com ideias de produzir uma peça sonora para pensar o silêncio. exercícios de audição e observação já vinham sido feitos, com apoio de autores como r. murray schafer, para refletir sobre as paisagens sonoras das cidades. segue o texto de apresentação e, em seguida, o áudio: espaços de silêncio ao propor um estudo do som a partir do silêncio, um dos elementos constituintes da linguagem da mídia sonora, nos aproximamos do conceito de paisagem sonora, estabelecido por r. murray schafer no livro a afinação do mundo. procuramos observar os silêncios …

a céu aberto

adquire uma espécie de pausa. ou não, isso não me serve: troca de camisa (como substitui cidades ou ambiências – em roupão). pensa em plantas, emaranhados de constelações e só três coisas a realizar por vez, o que acontece é que pelo acúmulo dos anos das firulas amargas e dobraduras, aquilo que resta não mais compete aos ricardos, notívagos alegres ou quem sabe ninguém; míngua de jeito que resta, e mesmo está; como faz com essa coisa que não simplifica, se atola em redes sobre redes sobre membranas sobre as quais fica ali só observando, não conhece os universos, o …