rompe

isso que você está sentindo não vai passar. tudo isso que são sintomas do ovo, do ovo que se quebra, da casca melequenta, e do tom esbranquiçado da coça. foi uma coça, cê viu. aquele jumento, monumento que passou e quebrou. a casca. o ovo. a tomba, a tumba do sistema fóssil, aquelas coisas que de vez em quando surtiam efeito, estavam embaixo dos teus pés. um monte de cano, asfalto, veias remelentas de esgoto, que na verdade é muito pior. estrutura de estado, pra quê? não tem. repete? não tem? repete? não tem. não terá. por um tempo.

a casca. o ovo. quebra. tá ali. vamo se juntar. vão publicar no jornal. vão te monitorar na rede social. estaremos todos sozinhos juntos na rede social. não, pô. vamo se juntar real, pessoa-a-pessoa, lá no lugar onde até outro dia era do ministério. vamo tocar, vamo discutir, fazer barulho, organizar. vamo. vão publicar. vai demorar. a juíza dos horários, vai comer correndo porque tem trabalho. ainda tem trabalho. resolveu fabricar trabalho. inventou um jeito de devolver pra sociedade o que ela te dá. ela te dá? coça. a gente troca, mas não é só isso né? a gente existe e faz. a gente se enreda. e envereda no que dá gosto ou no que a gente consegue visualizar. no que dá pra fazer. e o que dá muda. a gente muda. a gente procura gente pra juntar pessoa-a-pessoa porque precisa, precisa junto, precisa fazer.

a gente quer estrutura debaixo dos pés. alguma, ou então que não exista nenhuma. que não exista governo. que não se pague impostos para um brutamontes qualquer e sem disfarce pôr seus capatazes a nos decepar direitos e lugares (porque é tão evidente, de uns tempos pra cá tudo tão evidente para as lentes de quem vê — aquelas?).

esquerdos, direitos. alhures. se juntar.