entulho naborda do mar

função: dessalientar. (constroem engenhocas tão loucas tapumes invenção esses que vivem tão próximos do asfalto– azuis, eles vivem, contudo) // “é preciso chamar as bruxas para estragar o conto de fadas”, dizia o bruno cava sobre a inauguração do MAR, aquele museu mumificado que se posta ao lado do atual “buracão da praça mauá”, futura via subterrânea que estupra o centro histórico do rio de janeiro. em tudo agressivo, inclusive na sua alvidez (é alvo, é ávido) que, tentando ser moderno, quer misturar prédio histórico com nuvenzinha e vidros, programação visual e desejos nefastos de apagar seu entorno.. o programa …

travesti

travesti é amor. aqui, outros nomes, uma apropriação. mídia travesti de asinhas de fora, se faz de amiga, quer assaltar as máscaras de multidão. violência de estado corrompeu nossas ruas. contação de alertas, gente no chão: pensamento difuso, escreve-se para fagocitar os termos, desentranhar os caminhos por entre as nervuras do acontecimento. derivaceleste: saber emaranhar os acasos nas estranhas lágrimas provocadas pelos anteriores. o medo, a sede, a luta e o sossego se contaminam uns aos outros até não existirem mais. não há permutas, marmotas, percepções inertes ou qualquer outro sentido além daquele visível, ainda que tão turvo, paspalho: serão …

a céu aberto

adquire uma espécie de pausa. ou não, isso não me serve: troca de camisa (como substitui cidades ou ambiências – em roupão). pensa em plantas, emaranhados de constelações e só três coisas a realizar por vez, o que acontece é que pelo acúmulo dos anos das firulas amargas e dobraduras, aquilo que resta não mais compete aos ricardos, notívagos alegres ou quem sabe ninguém; míngua de jeito que resta, e mesmo está; como faz com essa coisa que não simplifica, se atola em redes sobre redes sobre membranas sobre as quais fica ali só observando, não conhece os universos, o …

rumo

1_semmedo compreender o sossego por entre as curvas. sim, é essa a tarefa suprema a realizar. como proceder? digo, conheço uma penca de procedimentos, talvez não aplicáveis a todas as instâncias. primeiro tem de compreender a fissura, olhar entre as bordas dos cadarços e cada modo de lidar com os ambientes. não se faz a novela como coisa pronta, tem de aprender a ver. pois que lide com o processo, seus não-lugares e trejeitos incômodos. talvez, o único jeito voraz de superar os acasos, aqueles que se convertem em desgostos, sem rapidez (como hão de admitir os jovens, vez ou …

feitura

esse texto não é meu. a reclusão não foi premeditada. férias é comum, quase todo mundo tira. mudar de espaços é normal. procurar ordenação no caos, todo mundo faz. melhor que jogar pela janela (e se janela houvesse para). não pode parar e procurar tudo de novo, achar que com vazio reconstrói tudo? talvez. mas é difícil que dói. – se doía antes! – sim, doeu. joalheria. cor de joelhos e açúcar e lentidão. – tem amigos artistas, mas se é artista? – tudo questão de concepção. – assim como conceito? – como conceitura, de feitura, processo. – ah. – …