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atores mesmos são eles gestos. vozes que não se misturam, vazios intelectos, atos que vão seguindo pontos, dançando pontos, se perdem. escandalosa miragem permanece forte na rua. quer invadir atos, vontades, mas só atinge a coisa mesma, sem nexo. é raso. ricocheteia nos prédios, nas pessoas, não vaza em ninguém. conversa de bar que escorre e praticamente não existe. só imagens, sorrisos, rumos difusos e repetições. às vezes música, som alto vindo das vozes, subterrâneo de atividades sonoras, efeitos químicos. nada mais que urgência, não é importante. converso no lugar, me junto, perco o dito das coisas e enfim faz …

sobre métodos

essa poesia de malas pesadas, de coisadura e já sabe que não espera e faz º azuis ainda carrega uma relação com o mundo real, objetivo e nada discreto: o furtivo implementado, a obrigação do caráter, o assumir os caracteres próprios das coisas. mostrar-se ou não deveria ser algo facultativo. cadastros em geral. fluxos e caminhos desviantes, um direito em si, embora a própria noção de direito esteja calcada em uma certa ordem das coisas. uma problemática talvez é que o discurso de crítica se faz ainda dentro das coisas, se insere no sistema para a partir dele propor outros …

voraz

desentender binarismos. a oposição mato x asfalto, ou mato x cidade, é somente um artifício para entrar num assunto latente, que insiste em se meter em tudo o que faz. porque está na paisagem. entra pelas narinas, invade os olhos, preenche todos os cantos da imagem, se impõe de maneira voraz. em 27 de dezembro de 2013 eu saí para ir meditar no interior (de um estado, dentro), depois me voluntariar num instituto de permacultura e aprender bambus, o que chamam de bioconstrução. depois não sabia. sabia que não queria voltar logo, que não tinha pressa, nem exatamente um rumo …

ponte

uma cidade que começa com uma ponte ligando lugar nenhum a lugar nenhum: um monumento ao espaço. ponte venerada por ser matéria; veneração ao concreto. escavadeiras como veículo “que torna o sonho possível”. é como se a decisão de um fosse de muitos, mas não. vilarejo pacato com síndrome de auto-depreciação, alumínio. terras férteis e de bom grado, mas não, escrutínio, quero ser grande, quero ser maior, quero ser super que é para não ter medo, coisificar, tornar planas as montanhas, construir teleféricos inertes, casas sobrepostas – que chique, os arranha-céus! para onde foram os novelos, os sem medo que …

casamento nas montanhas mágicas

em julho desse ano, após longa jornada, futebol y preparativos, foram celebradas três uniões em uma alegre cerimônia lésbica coletiva. a capela nossa senhora de aparecida e o ET de varginha, junto à comunidade do distrito de pestana e a copa das montanhas mágicas têm o prazer de felicitar as noivas e desejar muita festa y estrelas y amor y cores. obs: as fotos da festa ficaram ótimas, mas a principal foi vandalizada e decidimos manter a forma recém-adquirida por meio dos dispositivos digitais, entendendo que a mesma fortalece o humor e a perspicácia daquelas que a mirarem. a foto …