espaços de silêncio

em 2007, nos juntamos eu, dally schwarz e laura geyer com ideias de produzir uma peça sonora para pensar o silêncio. exercícios de audição e observação já vinham sido feitos, com apoio de autores como r. murray schafer, para refletir sobre as paisagens sonoras das cidades. segue o texto de apresentação e, em seguida, o áudio: espaços de silêncio ao propor um estudo do som a partir do silêncio, um dos elementos constituintes da linguagem da mídia sonora, nos aproximamos do conceito de paisagem sonora, estabelecido por r. murray schafer no livro a afinação do mundo. procuramos observar os silêncios …

a céu aberto

adquire uma espécie de pausa. ou não, isso não me serve: troca de camisa (como substitui cidades ou ambiências – em roupão). pensa em plantas, emaranhados de constelações e só três coisas a realizar por vez, o que acontece é que pelo acúmulo dos anos das firulas amargas e dobraduras, aquilo que resta não mais compete aos ricardos, notívagos alegres ou quem sabe ninguém; míngua de jeito que resta, e mesmo está; como faz com essa coisa que não simplifica, se atola em redes sobre redes sobre membranas sobre as quais fica ali só observando, não conhece os universos, o …

rumo

1_semmedo compreender o sossego por entre as curvas. sim, é essa a tarefa suprema a realizar. como proceder? digo, conheço uma penca de procedimentos, talvez não aplicáveis a todas as instâncias. primeiro tem de compreender a fissura, olhar entre as bordas dos cadarços e cada modo de lidar com os ambientes. não se faz a novela como coisa pronta, tem de aprender a ver. pois que lide com o processo, seus não-lugares e trejeitos incômodos. talvez, o único jeito voraz de superar os acasos, aqueles que se convertem em desgostos, sem rapidez (como hão de admitir os jovens, vez ou …

feitura

esse texto não é meu. a reclusão não foi premeditada. férias é comum, quase todo mundo tira. mudar de espaços é normal. procurar ordenação no caos, todo mundo faz. melhor que jogar pela janela (e se janela houvesse para). não pode parar e procurar tudo de novo, achar que com vazio reconstrói tudo? talvez. mas é difícil que dói. – se doía antes! – sim, doeu. joalheria. cor de joelhos e açúcar e lentidão. – tem amigos artistas, mas se é artista? – tudo questão de concepção. – assim como conceito? – como conceitura, de feitura, processo. – ah. – …

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azuis se pretende múltiplo e, pois isso, a escolha de um nome aleatório. um nome dentre muitos, porque definiu-se a necessidade um sítio. por princípio um nome que não significasse nada. posto que quase tudo significa, apropriemo-nos de palavras existentes. em muitos lugares, usaremos números elaborados ao acaso no lugar de nomes. também números se impõem como identidades nos resquícios disciplinares de nosso dia-a-dia. sítio remete a uma casa rodeada de vegetação que cresce e torna a paisagem acolhedora. sim, o selvagem é acolhedor. o desorganizado é acolhedor. o caos acolhe porque de certa forma participamos dele. a casa fornece …