vão

cabe quase nada nesse tampo fechado. ainda assim procuramos adornar com flores, colocar uma nuvenzinha entre as vestes e sair a foliar. os panos são tão grandes que quase arrastam no chão. juntam gelo, afagos, música de reco-recos e essas gentes que andam pulando pelas ruas. colhem chão, bebem cores e dão altos pulos que fazem ver o céu azul. custou a encontrar. ainda agora pensa se cabe, onde cabe, se vai caber. se vai transbordar. se vai deixar de achar a ruela, a data precisa, o encontro faceiro que desencadeia os ecos. os ecos são os povoamentos, aquilo que …

trajeto

às vezes eu tenho a estranha vontade de dormir num ônibus não que seja confortável não que não haja ruído é o simples gesto de estar em movimento ir de um lugar ao outro como se com isso – transpondo cidades – algo pudesse transmutar constelação vista pela estrada ruído de máquinas, parada assunto de duas cadeiras à frente música não gosto, me vejo procurando caronas mas quando dizem que – vamos conversar agradeço meu direito de permanecer calada embarco num ônibus, adormeço entrecostada sonhando abruptamente com locais um pouco menos vagos situações menos gastas encontros calorosos e afáveis conforto …

( )

she might have been a stratospheric artist, a bandmember of a once-known music phenomenon, a buster, a keeper, a wonderlust, an incredible singer, a babe from a magazine, the author of a novel published in hardcover. apparently, after a while, this doesn’t seem to matter any longer. all that matters is right here, on this river, watching plants grow, and the wind blows and i feel my stomach. not hunger, no, but high ideals converted in stomach feelings, moving and moving. there’s no stand still. there is nothing that stops growing, even if we might feel like.

cambridge analytica

quem levanta os montes depois de mortos? quem ergue o eixo que faz respirar? quem derrama suas fezes sobre um povo, corrói seus novelos e ergue um punho sobre nós está ali às cegas tateando infinitos em praça pública mil sóis em utopias e amores esmagados, sem dó DIANTE DO ESCÂNDALO há os galhos que se embrenham uns aos outros e sobem encostas assuntos sinceros, recebidos em ouriço asperezas, recusas DIANTE DA ARMADILHA ergue o espírito em carne viva conta da história de seus avós seus pais, seus tios NÃO HÁ DE CALAR chorou no meio da praça caminhos ouvir …

situ

o corpo renova o gesto absorve somente entra o que brota entre as vestes abismos mais não agora, chão coisalinda absorto, pois em toda sorte de assuntos novos, de la casita de la vida nova que se instaura cá comigo das idas à universidade às atividades de escriba viagens celestes transformam manhãs com e sem sono do sol em minha boca da lua amarela, peste em fogo amor vem faceiro, agreste permeado de vozes e vorazes inventos cheios de vogais e consoantes vociferando mais alto mais turvo, mais manso fizemos um filme sim! película nossa boca tem nome uma imagem …