sobre azuis nessa noite gélida de dois mil e dezesseis.

(a primeira pessoa do singular se faz plural; quer se desintegrar e se fundir ao vasto mundo múltiplo. o sítio, o sítio viaja e vai ali se reinventar) >> azuis, um projeto que iniciei em 2013, de início é sobre identidade, sobre existir para além das bordas de instituições e representatividades, existir além-números, para além de rastreamentos e coordenadas, normatizações. a existência se fortalece ao passo que se ramifica, se fortalece pelas bordas. desenha começos e meios e singularidades não apreensíveis nas superfícies, cria novos mundos, e talvez aí, quando esbarra na necessidade de fazer lugar e abrigo, é que …

estilhaço

as máscaras se formam no infinito. não têm desenvoltura, são de uma dureza que só. solitárias florestas de nós mesmos; pequenas prisões que fazem abraços, corroem laços, voltam para tecer de novo. pequenos rumos de umas coisas assim tão belas, tão pequeninas, florzinhas a se espalhar no chão e descer ladeiras, e então tudo desmorona. só que nós, aqueles vincos distantes, estaremos já em outro chão, um chão de árvores, um chão sem fundo nem querelas. será de abismos composta a história, será de acasos fortuitos que não se sabem abraços, pois terão de aprender tudo de novo. terão de …

ações para desaparecer: condivíduos, máscaras e personas fugidias

personagens forjadas, autores de quem não se sabe direito o paradeiro, pseudônimos, heterônimos, indivíduos coletivos, figuras ficcionais, imagens construídas. seriam maneiras que pessoas encontraram de camuflar suas “verdadeiras” identidades, ou simplesmente outros modos de agir? contra a política de nomes e números, que rastreia, mapeia e monitora indivíduos, propomos a criação de personas, anedotas, versões variantes de um paradeiro, imagens, estratégias, ações, respostas absurdas. importante é confundir. ~~ realizada em mesa circular de debates ruído experimento vozes subjetivas em meio à CRYTORAVE 2016  programação completa //

eis a carta montanha, escorrendo pelas mãos:

escrevi isso numa tarde, depois de ruminar por uns dias. procurar olhar para os acontecimentos com outros olhos. pensei muito nisso de enviesar o olhar, tentar observar sob outro canto, de outros lugares. carinhosamente, buscando outros modos de encontrar, comunicar. um escrito longo. um fôlego, alguns. chove forte lá fora, de novo. quase tudo é água aqui. respirar. corpo que se levanta, também. que observa. seja o que vier, não segura, não sejamos grandes você é     evocar todas as forças em uma. temos várias. te sinto amor e abraços, corpo, espírito, trocas infinitas. a despeito do quanto duraram …