a céu aberto

adquire uma espécie de pausa. ou não, isso não me serve: troca de camisa (como substitui cidades ou ambiências – em roupão). pensa em plantas, emaranhados de constelações e só três coisas a realizar por vez,

o que acontece é que pelo acúmulo dos anos das firulas amargas e dobraduras, aquilo que resta não mais compete aos ricardos, notívagos alegres ou quem sabe ninguém; míngua de jeito que resta, e mesmo está;

como faz com essa coisa que não simplifica, se atola em redes sobre redes sobre membranas sobre as quais fica ali só observando, não conhece os universos, o caminho apresentado é um só:

– arranja um emprego, paga tuas contas. forja esse espaço em construção, adestra os intelectos, faz brotar um referente anônimo, entre as pernas

– criei azuis bocados sem medos de errar, pois de erros já estávamos fartos (e lá no porto eu deixei minhas últimas convicções)

se deixa de construir não atrai.

quadrado de exercício para o braço, para as pernas (e no total somam três, assim mesmo assimétricos, posto que a mão esquerda foi deixada de lado;

quantas oportunidades mais vai deixar de acontecer (por pura agrura, incerteza, isso depois de concluir que sem certezas não se faz nada na vida

– cria blocos por entre as membranas
– para quê
– para ter sobre o que andar (seriam aves, pátinas, andaimes suspensos que iriam pretender sustentação
– de asfaltos, de agruras?
– não, tudo menos isso! menos o que há agora, sonhos perdidos numa desmemória, engarrafamento de sensações. não há nada se não há sossego, força, um pouco de construção.

CONCEBER TEREM ACABADO OS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

(sócrates grita lá no fundo)

SUBIR EM PAREDES E PAGINAÇÕES

(constelação)

CONCURSO PÚBLICO, MINHA FILHA…

(cons-ter-na-ções)

SEMMAIS SEMMEDO A CÉU ABERTO

(comofaz)

A CÉU ABERTO